segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Pode ser pecado falar a verdade?

Ouvi uma pregação domingo à noite que meu deixou intrigada! A pastora começou seu sermão com a seguinte pergunta: Quando falar a verdade pode ser pecado? De imediato levei um susto, afinal, temos uma grande convicção de que temos que falar a verdade, afinal, é isso que os cristãos devem fazer. “Falar a verdade a qualquer custo”, “falar a verdade doa a quem doer”, são expressões muito comuns na nossa boca. Então nunca pensaríamos que falar a verdade em algum momento seria pecado, nunca. Afinal, falar a verdade é sempre algo bom. Mas será mesmo isso? Será mesmo que a verdade precisa sempre ser dita? 
Não quero aqui de forma alguma fazer apologia à mentira, muito menos dizer que devemos nos omitir, mais vejamos o texto que foi usado no sermão: Gn 9:22 “Cam, pai de Canaã, viu a nudez do pai e foi contar aos dois irmãos que estavam do lado de fora”. Antes desse acontecimento, o texto nos esclarece que Noé havia se embebedado com um vinho que ele mesmo havia feito, e por isso, estava nu em sua tenda. Após Cam entrar na tenda e sair à contar a seus irmãos o que estava acontecendo a sequencia do texto nos diz que os seus irmãos, Sem e Jafé, ouvindo o que estava acontecendo, foram de costas, e com um capa cobriram a nudez de Noé. E após acordar, seu pai ficou sabendo do que ele havia feito, e no mesmo instante amaldiçoou Cannã, seu neto, filho de Cam, por causa da atitude de seu pai.
Aparentemente Cam não havia feito nada errado, apenas foi contar a seus irmãos o que ele havia visto, mais, se pararmos para analisar mais a fundo, veremos que ao fazer isso, Cam não apenas contou um fato, mais denegriu a imagem do seu pai.  Era verdade sim que Noé havia bebido e estava nu em sua tenda, mais essa verdade não precisava ser dita a ninguém, bastava Cam ir e cobrir a nudez do seu pai. Por causa dessa sua atitude impensada, toda a sua geração foi amaldiçoada por Noé. 
O problema não foi Cam ter dito uma verdade, o problema está no fato de Cam ter falado algo que não deveria ser publico, nem sempre as “verdades” que conhecemos devem chegar a ouvidos de outras pessoas. Verdades que sirvam para denegrir, para ferir, para desencorajar, não precisam ser ditas. Não podemos simplesmente nos achar detentores da razão a expor nossos irmãos e amigos contando a outras pessoas verdades sobre eles. Isso apenas demonstra que se assim fazemos não amamos nossos irmãos como a nós mesmo, e estamos apenas sendo hipócritas e julgadores. 
Sendo assim podemos concluir que uma verdade pode sim se tornar pecado, quando esta tem a clara intenção de machucar, de vingar, de expor a vergonha alheia. O sábio Salomão já havia dito que: Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido. (Pv.17:28).

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Crochê e Saudade II

Olá! 
É muito bom passar 
por aqui mais uma vez,
Estive com Saudades
Saudades desse lugar, 
Saudades de escrever, 
de criar...
Crochê é sempre saudade para mim... 
sempre será...
Saudades do tempo em que o tempo era livre,
De quando o crochê era feito por horas a fio...
Saudades de quando ganhava uns trocos com minhas criações de adolescentes... 
Saudade desse tempo onde o dinheiro parecia ter mais valor...
Saudade de quando a vida era boa e simples...


Tapetinho feito para minha cunhada Renata Cristina, 
parte do seu presente de casamento.
Sem gráfico mesmo, fui fazendo e deixando  os pontos fluírem livremente...

Beijos e até a próxima postagem...

domingo, 11 de novembro de 2012

A ORIGEM DO MAL NA TERRA

Na concepção do Velho Testamento, entendia-se que o Senhor Deus era o provedor de todas as coisas, tanto as boas como as ruins, os crentes do A.T. entendiam que se algo de mal os acontecesse era o próprio Deus imputando a eles justiça, assim como pode-se compreender em Amós 3:6 onde o profeta diz: “ Tocar-se-a a buzina na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá qualquer mal à cidade, e o Senhor não o terá feito?”.


Pensando-se na figura do mal a luz do A.T., erroneamente é entendido a partir de Isaias 45:7 que o senhor criou o mal existente na terra, mas se formos analisar a concepção dos crentes do A.T., pensava-se assim pois, ainda não existia a figura do opositor de Deus, como já foi dito cria-se que Deus era o provedor de tudo,  tanto do bem como do mal. Várias passagens no Antigo Testamento falam do mal vindo da parte de Deus, como por exemplo em Êxodo onde fala que Deus iria endurecer o coração do Faraó, ou em Samuel onde fala que um mau espirito vindo da parte de Deus se apoderou de Saul.
É preciso fazer uma distinção coerente entre mal e pecado, assim como Scofield nos orienta “...Deus não é o autor do pecado...”, mas a partir da vontade permissiva de Deus, é nos concedido o direito de escolha (livre arbítrio), ou seja, temos o direito de escolher pelo acerto ou pelo erro. Erro esse que prefigura o pecado, uma afronta a Deus.
O mal passa a existir como consequência desse erro (pecado) que tem seu surgimento primário nos céus com a queda de Satanás, e secundário na terra, com a queda da Humanidade em Adão. Em Lucas 10:18 Jesus  diz “ Eu via Satanás, como raio, cair do céu” fazendo referencia ao texto de Ezequiel, onde acredita-se ser uma alusão a queda de Satanás, apesar do texto ser uma profecia cumprida contra o rei de Tiro, é uma passagem constantemente utilizada para explicar  o motivo da queda de Satanas, que era um anjo ungido de Deus, e por causa do orgulho, foi expulso da presença de Deus.
A queda do homem teve o mesmo motivo, uma escolha errada, o homem havia sido instruído a não comer do fruto da arvore da vida, para que não morresse. A pretensão do homem de ser igual a Deus o levou a queda, a partir disso todo tipo de mal passou a existir na terra. Sobre isso Norman Geisler diz que o mal é produto do nosso livre arbítrio, e a partir dessa premissa é inconcebível pensar que Deus criou o mal em si. Pois o mal é então uma consequência real do direito de escolha e de maneira nenhuma é aceitável dizer que Deus o criou. O intuito de Deus ao conceder-nos o livre arbítrio era para que tomássemos a decisão por nosso próprio juízo de seguir ou não a ele, porem suas criaturas decidiram em não segui-lo, pois intentaram ser igual ao próprio Deus.
Sendo assim o mal não foi criado por Deus, a fonte de todo mal não está em Deus, mais sim no nosso livre arbítrio. O homem como ser livre fez escolhas erradas, Geisler diz que “se Deus nos tirasse o livre arbítrio, não teríamos mais a capacidade de amar ou de fazer o bem. E este não seria mais um mundo moral.” O homem tinha capacidade de escolher o bem, mais deixou o orgulho tomar conta de suas vontades, e pensou que seria igual a Deus, da mesma forma que Satanás já havia feito.

Tassiane P. Kreitlow Souza

Referencias bibliográficas:
GEISLER, Normam L., TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu. Ed.Vida. São Paulo, 2006.
BÍBLIA SAGRADA; ALMEIDA,João Ferreira de; Referencias e anotações do Dr. C.I. Scofield. SBB, 1986.
BÍBLIA SAGRADA; Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal; Almeida Revista e Corrigida; CPAD, 2003.