terça-feira, 25 de maio de 2010

Pensando sobre a Solidão e o Silêncio


Dia de dessas andei meditando sobre o silêncio e a solidão que quase sempre o acompanha, fico a refletir sobre alguns pontos em relação a solidão que as vezes me encontro, uma amiga cruel, que está sempre a nos acompanhar, esta conosco quando colocamos a cabeça no travesseiro, quando sentamos no sofá para ver TV, quando nos levantamos pela manhã e tomamos um banho correndo e um café as pressas para ir a mais um dia de trabalho. Alguns a vêem como uma inimiga mortal, um desafeto, mas pensando bem, talvez ela não seja assim tão cruel, talvez nós que não a entendemos, estamos tão ocupados tentando despistá-la que deixamos de usufruir da sua presença.
Nesse mundo em que vivemos as pessoas estão sempre buscando ocupações, tentando andar em meio a pessoas, buscando amigos, colegas, festas, movimento, muita gente. E isso tudo não passa de um meio de tentar fugir da solidão que as assombra, solidão essa que não as deixa viver, que incomoda, que machuca, que faz doer a alma. E criam fugas, criam mascaras, o cara legal que tem muitos amigos, a menina sexy que está sempre rodeada de amores, de olhares que a consomem.
Durante a luz dia, todos esses são pessoas felizes, companheiros de muita gente, mais e na escuridão da noite? E quando o luar chega e o silencio toma conta da cidade? E a quando as festas cessam? E quando os colegas e os amores se vão? São nesses momentos que percebemos quão vazios somos e quanto nossa vida depende de algo que muitas vezes nem sabemos o que é. São nesses momentos que os piores pensamentos nos rondam, que os desejos mais carnais e inteligíveis são nossos companheiros, nesses momentos que criamos fugas, compulsões, loucuras, como se fossemos outra pessoa quando a noite chega, e as máscaras que usamos durante o dia começam a cair uma a uma, mais o que não percebemos é que nessa hora só estamos sendo nós mesmo.
Mas porque temer a solidão? Porque temer o silêncio da noite? Por que temer as noites em claro? Tem dias que tudo que se precisa é de silêncio e solidão, e é na Solidão que conhecemos quem nós somos! Poderíamos os ter como aliados, momentos de silêncio são tão raros em meio à bulha do dia, é uma grande oportunidade de nos conhecermos, e quem sabe de conhecermos um pouco a Deus. Como diz o Salmista: “O Deus, tu és o meu Deus, de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água”; Deus nos conhece, sabe dos nossos medos, de nossos piores pensamentos, conhece nossos desejos. Nossa fome e sede por barulho, por companhia, no fundo é apenas fome e sede de Deus, e Ele entende isso muito bem, muito melhor do que nós. Era na madrugada que o medo assombrava o salmista e o fazia perder o sono, e eram nesses momentos que tudo que ele tinha era a presença de Deus, e o desejo da sua carne era o Senhor, é isso que precisamos entender, nossa fome, nossa sede, nosso medo da solidão e do silencio, são apenas sintomas da nossa falta de Deus.
A Solidão não é uma inimiga, antes disso, nossa amiga, nos aproxima de Deus, e seu silêncio nos permite ouvir a Sua voz. Mas somos incompletos por natureza, pedintes, sempre desejosos e por isso sempre existirá certo vazio, certa solidão, certo silêncio na nossa alma, mais esse será o lugar perfeito para a presença de Deus, como diz a letra uma linda canção: “No Silêncio da minh’alma existe um lugar onde só Você pode chegar...”

Nota: salmo 63:1